O que tiver de ser, será

Fecho os olhos e sinto. Sim, meu sentir não mais se encontra nessa vida cinza de olhos abertos, meus sonhos não mais se estampam nessas tardes de chuva que se estendem noite a dentro. Entenda que eu tentei, de todas as formas possíveis, com todas as forças que me resgatam, pois roubaram a maioria delas antes mesmo que o meu caminho se cruzasse no teu.Não lamento tudo que passou e gostei de tudo que vi. Vivi. Mas o sonho deixou de ser presente e passa a ser apenas quando eu fecho os olhos e respiro lenta e calmamente. O bonito se encontra no escuro dos meu olhos, na hora que fecho as pálpebras para a minha noite particular e sonho. Sonho,com o que foi e com o que queria que fosse, um presente tão doce que dá gosto na ponta da língua, com um leve amargo da saudade e cheirinho da felicidade. Aquela, que transborda só no respirar. Gosto desse meu universo particular e isso me torna toda cheia de frases tão clichês que chega a me dar náuseas. As estrelas me tomam conta, o coração palpita com vontade e a vida se torna bonita. Me perdi. Por ter corrido por trilhas sinuosas e desejo algo que não lhe pertencia. E agora, eu tento voltar a trás, tomando o atalho, a opção que me fora dada, na qual passei sem ver. Não vi as cores, cega pela claridade que me vinha a frente. Impulssiva, quis me arricar, ver aonde ia parar e corri, deixando-me para trás. E perdida, sinto falta de mim, da minha companhia sorridente e das outras tantas que se foram, que se perderam comigo no caminho. Meu coração pulsa solitário, num compasso, tão ritmado que chega a ser entediante. As lágrimas sumiram no céu que já não brilha, o sol tornou-se irritante, não confortador e o espelho é vilão, não mais aliado.  Agora eu vago só - e em companhia. E somos, vazio. 
(Palavras e Silêncio)

                                                                          Karol Ribeiro

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